O DT-e agora é lei!

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EM REUNIÃO, CÂMARA DA SOJA DISCUTE PRAGAS QUARENTENÁRIAS EM CARGAS DA OLEAGINOSA

A incidência de pragas quarentenárias em cargas de soja exportadas para a China foi um dos assuntos discutidos na 50ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada nesta quarta-feira, 22. As expectativas para a próxima safra também estiveram em pauta.

CONJUNTURA 


Leonardo Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre a conjuntura da soja no Brasil e no mundo. De acordo com Amazonas, o USDA estima que a produção brasileira de soja seja de 144 milhões de toneladas na  safra 21/22, que se inicia agora. Quanto às cotações mundiais, estima-se que os preços da oleaginosa sejam influenciados no curto prazo pela colheita da safra norte-americana e pelo avanço do plantio da nova safra no Brasil e na Argentina .

No Brasil, a Conab aponta que a colheita na safra 20/21, que se encerrou neste mês, foi de 135,9 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, a produção deve ser de 141,2 milhões de toneladas. Nesta safra, o produtor deve gastar mais no cultivo, uma vez que o dólar elevado encareceu insumos e fertilizantes, o que aumentou o custo de produção.

SEGURO RURAL


Pedro Loyola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), falou sobre o Programa Agir e o desempenho do Prêmio do Seguro Rural (PSR)  nos contratos da soja. De acordo com Fabrício Rosa, da Aprosoja, o valor definido no último Plano Safra para o Seguro Rural, que era de R$ 1,3 bilhão, não foi aprovado, e os R$ 925 milhões disponíveis não são suficientes para novos contratos para soja e milho, as maiores produções nacionais. Rosa afirmou que, após pedidos para recompor os recursos, o Ministério da Economia vai agendar uma audiência pública para discutir o assunto.

PRAGAS QUARENTENÁRIAS


Sérgio Mendes, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), falou sobre as notificações do governo chinês sobre a incidência de pragas quarentenárias encontradas em cargas de soja importadas do Brasil. Mendes pontuou que a situação é preocupante, uma vez que as exportações brasileiras podem ser prejudicadas. Carlos Goulart, Diretor do  Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, afirmou que o número de notificações é  “extraordinariamente elevado”,  e que é preciso identificar internamente os pontos críticos de controle, bem como maneiras de evitar a entregas de novas cargas com incidência dessas pragas.  Um grupo de trabalho será criado, no âmbito da Câmara da Soja, para estruturar medidas de identificação e rastreamento de cargas contaminadas, bem como para combater o problema.

A próxima reunião da Câmara será em 23 de novembro.

Texto: Marília Souza/ACEBRA

ÚLTIMO LEVANTAMENTO DA SAFRA 2020/21 CONFIRMA REDUÇÃO NA PRODUÇÃO DE GRÃOS

A produção da safra nacional de grãos fecha o ciclo com um volume estimado de 252,3 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% sobre a safra passada e 4,7 milhões de toneladas inferior à previsão do levantamento realizado em agosto deste ano. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 12º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21. Este é o último levantamento para esta safra. A partir de outubro, a estatal reinicia o ciclo e passa a contabilizar os números da próxima colheita no país.

De acordo com o Boletim do 12º Levantamento 2020/21, as áreas das culturas de primeira safra estão totalmente colhidas, as de segunda safra em fase final de colheita, as de terceira safra desde a fase de florescimento até o final da colheita, e as de inverno no início da colheita, que será intensificada a partir de setembro.

No caso do milho, a produção total é de 85,75 milhões de toneladas, volume 16,4% menor que em 2019/20, quando fechou em 102,5 milhões de toneladas. A primeira safra está com a colheita finalizada e a segunda safra com 86,9% concluída até o final de agosto. Para a terceira safra, situada na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), além dos cultivos em Pernambuco e Roraima, as fases das lavouras variam desde a fase vegetativa até as operações de colheita.

A produção de soja foi a que equilibrou mais os números totais da safra, com uma produção recorde estimada em 135,9 milhões de toneladas, aumento de 8,9% em relação à safra 2019/20. O levantamento feito pela Companhia mostra que a colheita está praticamente finalizada, restando a produção de Roraima e Alagoas, que representam pouco mais de 0,1% do volume nacional.

Em relação ao feijão, cultura também bastante atingida pelas intempéries climáticas, as atenções estão voltadas para a cultura de terceira safra, que se encontram em fase final de colheita. A produção total é estimada em 2,86 milhões de toneladas, 11,4% menor que a obtida na safra 2019/20, impactada pela seca nas principais regiões produtoras. Dessa produção, 1,7 milhão de toneladas são de feijão-comum cores, 483,7 mil toneladas de feijão-comum preto e 625,2 mil toneladas de feijão-caupi.

Outra cultura com número positivo é o arroz, que nesta safra tem produção estimada em 11,75 milhões de toneladas, 5% superior ao volume produzido na temporada anterior. Desse total, 10,8 milhões de toneladas são cultivadas com irrigado e 921 mil toneladas em áreas de plantio de sequeiro. A colheita da safra 2020/21 já foi concluída no país, e alguns estados produtores iniciaram o plantio da safra 2021/22.

O algodão teve redução nesta safra, com a produção estimada em 2,36 milhões de toneladas de pluma, 21,5% inferior à safra passada. Mas a queda esteve mais relacionada à diminuição da área plantada do que com as condições climáticas, que de modo geral até favoreceram o bom desenvolvimento dessas lavouras. Já para as culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale), projeta-se um incremento de 13,1% na área plantada. Destaque para o trigo, que apresenta um expressivo crescimento na área de 14,9%, situando-se em 2,69 milhões de hectares. A estimativa atual é de uma produção de 8,15 milhões de toneladas, a depender das condições climáticas até outubro.

Mercado – No âmbito externo, o algodão em pluma e a soja seguem com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a Conab manteve em 2,1 milhões de toneladas a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/21 e em aproximadamente 83 milhões de toneladas a exportação prevista de soja para o ano. Por outro lado, foi reduzida a previsão do volume exportado de milho. No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 37%, o que corresponde a 22 milhões de toneladas ao final da safra. A projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas.

Quanto ao trigo, para a nova safra a Companhia espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,71%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em níveis mais confortáveis. Para estes, a previsão é que fechem o ano em 1,36 milhões de toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/20.

Em relação aos preços dos produtos nas principais praças, observou-se, no mês de agosto, em comparação com o mês de julho, as seguintes elevações: 7,2% no arroz do RS; 3,5% no feijão cores de SP; 4,5% no feijão preto do PR; 14% no preço do milho em MT; 7,8% no trigo do PR; 6,8% na soja em MT; 3,76% no PR; e ainda elevação de 5,8% nos preços do algodão em MT.

Os dados completos sobre o 12° Levantamento da Safra de Grãos 2020/21 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidos no Portal da Conab. Outras informações sobre os efeitos do clima nas safras são disponibilizadas regularmente nas edições do Monitoramento de Geadas e no Boletim de Monitoramento Agrícola da Conab.

Fonte: Conab

SENADO APROVA MP DO DOCUMENTO ELETRÔNICO DE TRANSPORTE

Em sessão semipresencial nesta quarta-feira (1º), o Plenário do Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 1.051/2021, que cria o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e). Relatada pelo senador Welington Fagundes (PL-MT) e aprovada na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 16/2021, a matéria segue agora para a sanção da Presidência da República. A MP estava na pauta de terça-feira (31), mas teve a votação adiada a pedido do relator.

De emissão exclusivamente digital, o documento agora é obrigatório para autorizar os serviços de transporte de cargas no país. A intenção é reunir em um único documento todos os dados, obrigações administrativas, informações sobre licenças, registros, condições contratuais, sanitárias, de segurança, ambientais, comerciais e de pagamento, inclusive valor do frete e dos seguros contratados. Assim, fica dispensada a versão de papel desses documentos.

O DT-e deve conter, por exemplo, informações da carga, da origem e do destino e da forma de pagamento do frete, além de indicar expressamente o valor do frete pago ao contratado e ao subcontratado e do piso mínimo de frete aplicável. A implantação do documento seguirá cronograma do governo federal, que poderá firmar convênios com os governos municipais, estaduais e distrital para incorporar outras informações de competência desses governos, como sobre tributos e demais obrigações relacionadas ao transporte de cargas.

De acordo com Wellington Fagundes, a edição da medida provisória era necessária e urgente, tendo em vista a possibilidade de paralisações de caminhoneiros, o que representaria fator de risco grave para toda a economia. Ele lembrou que o Brasil ainda tem ênfase na logística de transporte rodoviário. Segundo o relator, foram realizadas várias reuniões com os interessados na matéria, até chegar ao texto final.

— Esta MP representa aquilo que queremos para o país: um estado ágil e sem burocracia — defendeu o relator.

Evolução

Segundo o senador Wellington Fagundes, a matéria trata de uma medida louvável para fazer uso da evolução tecnológica, com o objetivo de eliminar a necessidade de porte de dezenas de documentos em papel. Ele disse que esse conjunto de documentos sobrecarrega as operações de transportes e coloca a fiscalização física entre o dilema da ineficácia ou da interferência onerosa na atividade produtiva.

Como relator, Wellington Fagundes aproveitou na íntegra o texto aprovado pelos deputados. Ele informou anda que rejeitou as quatro emendas apresentadas no Senado e que fez alguns ajustes no texto, com emendas de redação para acertar prazos e referências legais. Ele elogiou o projeto e disse que a matéria “merece prosperar”.

— Além de preservar os principais aspectos da estrutura normativa estabelecida pela medida provisória, o projeto aperfeiçoa o texto inicial, por meio da introdução das relevantes inovações de mérito aqui relatadas, todas dignas de aprovação por esta Casa Legislativa — afirmou o senador, ao apresentar seu relatório.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, parabenizou Wellington Fagundes pelo relatório da MP. O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) elogiou a iniciativa do governo em editar a medida provisória. Segundo Zequinha, a MP diminui os custos e a burocracia, além de facilitar a vida do caminhoneiro.

Emissão

Segundo o texto aprovado na Câmara dos Deputados, na forma do relatório apresentado pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), o ente federado que aceitar participar de forma integrada do DT-e deverá providenciar o fim dos documentos físicos de forma gradativa dentro de 12 meses. A unificação de documentos e demais obrigações no DT-e deverá dispensar o transportador ou o condutor do veículo de portar versão física deles durante o transporte.

O serviço de emissão do documento será de competência da União, que poderá delegá-lo usando concessão ou permissão por meio do Ministério da Infraestrutura. A União deverá fiscalizar as entidades geradoras do DT-e, reajustar tarifas do serviço e criar comitê gestor com a participação de órgãos e entidades da administração pública federal, entidades representativas do setor de transportes e da sociedade civil. Esse comitê terá a finalidade de propor, coordenar e acompanhar a política pública do DT-e.

Para o controle das operações de transporte, os órgãos de fiscalização terão acesso ao banco de dados do DT-e, inclusive a Polícia Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e as polícias rodoviárias estaduais e órgãos fazendários estaduais, mediante convênio. Já os órgãos de segurança pública terão acesso por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp).

Dispensa

A MP permite que um regulamento fixe os casos de dispensa do DT-e segundo características, tipo, peso ou volume total da carga; se a origem e o destino são na mesma cidade ou cidade contígua; se o transporte for de produtos agropecuários perecíveis diretamente do produtor rural; ou se o transporte se referir apenas à coleta de mercadorias a serem transportadas para o destino final de forma conjunta.

As empresas registradas perante o Ministério da Infraestrutura para emitir o DT-e deverão usar sistemas que permitam sua integração com os sistemas das centrais de serviços eletrônicos de registro civil (cartórios) ou sua verificação por meio de assinaturas eletrônicas emitidas por autoridades certificadoras credenciadas na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

Pagamentos

O texto aprovado no Congresso prevê ainda que as instituições de pagamento que fazem pagamentos eletrônicos de frete deverão participar obrigatoriamente do PIX, sistema de pagamentos instantâneos implementado pelo Banco Central. Se a instituição não cumprir os requisitos para participar do PIX e não for capaz de oferecer meio de pagamento semelhante, deverá encerrar esse tipo de serviço relacionado ao frete. O projeto ainda concede nova anistia, até 31 de maio de 2021, ao transportador que não tenha seguido a tabela de frete mínimo prevista em lei.

Fonte: Agência Senado

ACEPAR – HÁ 18 ANOS TRABALHANDO PELO AGRO NACIONAL!

CÂMARA DE CRÉDITO DISCUTE O FUTURO DO FINANCIAMENTO AGRÍCOLA

O desaceleramento do crédito oficial, bem como a necessidade de novas fontes de recursos para financiamentos agrícolas, foram alguns dos assuntos discutidos na reunião da Câmara Temática de Crédito, Seguro e Comercialização do Agronegócio (CREDSEG), realizada nesta quinta-feira, 19, virtualmente. O presidente da ACEBRA, Flavio Andreo, e o presidente-executivo da entidade, Roberto Queiroga, participaram da reunião.

RECURSOS E DESEMPENHO DO CRÉDITO RURAL E PSR


Wilson Vaz, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/MAPA), apresentou um panorama do crédito rural e falou sobre os aumentos de recursos para alguns programas no último Plano Agrícola e Pecuário, como é o caso do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que nesta temporada  terá R$ 4,1 bilhão em recursos, um aumento de 68% em relação à temporada anterior. 

Pedro Loyola falou sobre o andamento do Prêmio do Seguro Rural (PSR) neste ano, e pontuou que, dos R$ 924 milhões disponíveis para o programa, mais de R$ 800 milhões já foram utilizados. Loyola afirmou que em 2021 já foram pagos R$ 1,7 bilhão para produtores rurais, e ressaltou que esse valor deve aumentar no segundo semestre, com o pagamento de indenizações devido às perdas no milho safrinha.

REDIRECIONAMENTO DE RECURSOS OBRIGATÓRIOS E POUPANÇA RURAL 


Dr. Renato Buranello falou sobre o papel das fintechs e o crescimento dessas empresas nos últimos anos, como uma alternativa para fornecer crédito agrícola e fomentar a atividade, mas sem onerar os cofres públicos. Roberto Queiroga, da ACEBRA, afirmou que o crédito oficial deve desacelerar, e que é cada vez mais importante que empresas privadas tenham condições de fornecer crédito para o agronegócio nacional. Queiroga ressaltou  os esforços que já  têm sido despendidos nesse  processo, que já está dando mais oxigenação ao sistema de crédito rural, e comentou que vê um esforço dos segmentos públicos e privados para democratizar o acesso ao crédito privado para os produtores rurais. 

ORGANIZAÇÃO E AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO BRASIL 


Dr. Flauzilino Araújo, presidente do Operador Nacional do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (ONR), falou sobre as mudanças que devem ocorrer no registro de imóveis no Brasil. O objetivo maior desse operador é nivelar o atendimento eletrônico no cartórios do país, universalizando o acesso remoto às unidades, otimizando tecnologias e promovendo a interconexão entre unidades cartorárias, facilitando a protocolização eletrônica de títulos e o acesso a certidões, documentos e informações registrais, buscando melhorar a qualidade do serviço prestado ao público, bem como sua eficiência e o ambiente de negócios imobiliários como um todo.

Queiroga questionou se haverá a possibilidade de integrar as novas funcionalidades e criar um ambiente tecnológico único, comum a todos os cartórios do país, para realizar o registro de garantias de imóveis, necessários para a emissão da Cédula de Produto Rural (CPR), bem como para fazer todas as obrigações acessórias inerentes ao documento. Araújo afirmou que é possível, mas que, no momento, existem empecilhos quanto à assinatura avançada, uma vez que faltam definir quais serão os requisitos para que a mesma seja aceita.

Texto: Marília Souza/ACEBRA

CÂMARA DE LOGÍSTICA DISCUTE ARMAZENAGEM E CRISE HÍDRICA

As dificuldades de armazenagem, bem como os percalços advindos com a declarada crise hídrica no país, estiveram na pauta da reunião da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio (CTLOG), realizada nesta quarta-feira, 18, virtualmente.

“ARMAZENAGEM É LOGÍSTICA”


Milena Ramos, da Embrapa Territorial, falou sobre a análise das unidades armazenadoras nos estabelecimentos agropecuários, realizada pela entidade. Com base no Censo Agropecuário de 2017, o país tinha pouco mais de 268 mil armazéns, divididos em convencionais, infláveis, graneleiros e silos.  Ramos falou sobre a desigualdade da capacidade armazenadora entre os estados, e pontuou que o estado de Mato Grosso concentra, sozinho, mais de 29% do total da capacidade armazenadora do país. Segundo Ramos, apenas sete estados brasileiros são responsáveis por cerca de 75% da capacidade de armazenagem nacional.

Milena pontuou que a análise de estatísticas básicas e indicadores simples levanta importantes questões e fornecem pistas para estudos e pesquisas mais aprofundados sobre o tema, e serve também para embasar decisões que visem a melhoria do ambiente de armazenagem no Brasil. Ao comentar a apresentação, o presidente da CTLOG, Edeon Vaz, afirmou que “armazenagem é logística”.

ESTRADAS VICINAIS


Elizângela Lopes, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), falou sobre o Projeto de Lei (PL) 1.146, de 2021, que trata sobre a criação da Política Nacional de Mobilidade Rural e Apoio à Produção – Estradas da Produção Brasileira. O principal objetivo do PL é promover a locomoção e o bem-estar de pessoas e uma mobilidade adequada para veículos que contribuem com o escoamento de produtos do agronegócio brasileiro.

Lopes pontuou a necessidade de se atentar à essas estradas, dada sua importância no cenário logístico nacional, e ressaltou que 12,4% das rodovias do país não são pavimentadas, entre elas, as vicinais.

O PL encontra-se na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), aguardando parecer da relatora.

CRISE HÍDRICA – CENÁRIO PRESENTE E FUTURO


Patrick Thomas, da Agência Nacional de Águas (ANA), falou sobre os reflexos da crise nas navegações, em especial na hidrovia Tietê-Paraná, uma vez que os níveis de água devem baixar consideravelmente, podendo até mesmo interromper o tráfego na hidrovia. A ANA declarou situação de escassez quantitativa na região hidrográfica do Paraná até o fim de novembro próximo.

LEGISLAÇÃO 


Frederico Bussinger abordou os desafios encontrados para se conseguir licenciamento ambiental no Brasil para a realização de obras como a Ferrogrão. Bussinger falou sobre a importância da ferrovia para o agronegócio e para a logística brasileira, e ressaltou que os avanços esbarram em legislações como a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e em normas de órgãos internos, a exemplo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). 

A próxima reunião da Câmara será em 29 de setembro.

Texto: Marília Souza/ACEBRA

CLIMA ADVERSO IMPACTA AS LAVOURAS E PRODUÇÃO DEVE CHEGAR A 254 MILHÕES DE TONELADAS NA SAFRA 2020/21

As condições climáticas registradas durante o ano safra 2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 254 milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%. Apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado pela Companhia nesta terça-feira (10).

Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra. Apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.

Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas.

Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca nas principais regiões produtoras do país.

Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal. Caso a estimativa de colheita seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.

Panorama de mercado – No âmbito do mercado externo, o algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a Companhia elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69%, em relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do volume exportado de milho e de soja.

Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas passaram para 83,42 milhões de toneladas. No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas.

Quanto ao trigo, para esta nova safra a Conab espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais confortável. A previsão é que fechem o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020.

Outras informações sobre a produção de grãos no país estão disponíveis na íntegra do Boletim do 11º Levantamento – Safra 2020/21.

Fonte: Conab

ACEBRA REALIZA WEBINÁRIO SOBRE CRÉDITO AGRÍCOLA E CPR

Em uma tarde produtiva e de muita informação, a ACEBRA, com o apoio irrestrito das associadas estaduais (ACEMAT, ACEPAR, ACERGS e ACESC), reuniu uma considerável audiência no webinário Crédito Agrícola e a Cédula  de Produto Rural (CPR), que discutiu o registro eletrônico da CPR e as novas oportunidades digitais para gestão de risco pelas empresas cerealistas, realizado nesta quinta-feira, 29. O evento, pensado para atualizar e debater os referidos temas junto aos associados, foi aberto pelo presidente da Associação, Flávio Andreo, e contou com a participação do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), e também dos representantes da BWZ Assessoria, Antônio Zanette e Bernardo Vianna. 

Na ocasião, Carlos Parreira, da Belagrícola, fez um retrospecto de como era a CPR antes da Lei 13.986/20, a Lei do Agro, e como ficou após as mudanças advindas com a Lei. O principal objetivo da CPR é fornecer recursos aos agricultores para viabilizar sua produção. Cada vez mais, é previsto que o crédito subsidiado pelo governo federal para o agronegócio tende a diminuir, e as instituições privadas é quem devem se tornar protagonistas no fornecimento de meios financeiros para que os produtores rurais continuem a movimentar esse setor tão importante da economia nacional. Neste cenário, a CPR, por sua segurança jurídica, é um dos mecanismos mais aceitos pelo mercado. O registro do documento se tornou obrigatório no início de 2021.

Em seguida, Antônio Zanette e Bernardo Vianna, da BWZ Assessoria, apresentaram uma plataforma para gestão de CPR, ferramenta cujo objetivo é corrigir e padronizar processos e otimizar recursos humanos e tempo. Para as cerealistas, as principais vantagens são a redução da inadimplência e, consequentemente, de perdas;  a qualificação dos recebíveis, aumentando o acesso ao mercado de capitais; a otimização de processos e racionalização de recursos. A ACEBRA tem estudado a possibilidade de uma parceria com a referida empresa para reduzir custos e viabilizar contratos com as cerealistas associadas.

Ao final da reunião, os presentes tiraram dúvidas acerca da CPR.

CÂMARA DO MILHO DISCUTE IMPORTAÇÃO E ENFEZAMENTO

A importação de milho dos Estados Unidos, bem como as perdas causadas nas lavouras por causa do enfezamento no milho,  estiveram na pauta da reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, realizada nesta segunda-feira, 26, virtualmente. Carlos Vaccaro, representante da ACEBRA nesta Câmara, esteve presente na reunião.

PLANO SAFRA


Renata Rezende , da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/MAPA), fez uma análise geral dos recursos disponibilizados pelo Plano Safra 21/22. Na ocasião, Rezende falou sobre o aumento de recursos, comparando com o período anterior, e a manutenção de taxas de juros nos principais programas atendidos. 

Carlos Vaccaro aproveitou a oportunidade e pontuou sobre a não inclusão das empresas cerealistas como beneficiárias dos recursos destinados à armazenagem, e pediu apoio para que, no próximo ano, as empresas do setor sejam contempladas com recursos subsidiados, a longo prazo, para ampliar a capacidade armazenadora no país. 

CONJUNTURA DE MERCADO


Os presentes falaram sobre a atual situação do mercado do milho no Brasil. Devido à baixa oferta interna, o setor de proteína animal foi autorizado a importar milho dos Estados Unidos, o que foi autorizado recentemente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A permissão inclui apenas produtos para consumo humano e animal, não podendo sementes para plantio. 

Também foram apresentados os mecanismos adotados para fiscalizar o limite de pesticidas no milho, depois que o Japão, grande consumidor do milho brasileiro, apresentou denúncias de que as cargas continham resíduos acima dos limites máximos permitidos pela legislação.

Ainda, os membros da Câmara falaram sobre a importância de se incentivar o plantio do milho no país, para que a produção futura do grão seja capaz de atender tanto a demanda interna quanto as necessidades externas, que devem aumentar nos próximos anos.

Outro assunto abordado foi a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná, que deve ser muito prejudicial para o escoamento da safra de milho do país. O uso de hidrovia é essencial e traz ganho logístico para o produto brasileiro, uma vez que reduz os custos com frete.

A Câmara fará um encaminhamento ao Ministério da Agricultura sobre o tema, bem como para a Câmara de Infraestrutura e Logística do Agronegócio (CTLOG).

CIGARRINHA E ENFEZAMENTO


Graciane Gonçalves, Coordenadora Geral de Proteção de Plantas (SPA/MAPA), falou sobre o andamento dos trabalhos relativos ao monitoramento do complexo dos Enfezamentos do Milho. Foram colhidas amostras dos principais estados produtores do grão, que tiveram registro de enfezamento, com presença ou não de cigarrinha. Tais amostras estão em processo de análise. Após a consolidação final dos resultados obtidos, serão feitos eventuais ajustes na metodologia e periodicidade dos monitoramentos, bem como a proposição de medidas subsequentes para enfrentamento desse problema nas lavouras brasileiras. O presidente da Câmara pontuou que, neste ano, alguns produtores sofreram mais com o enfezamento que com o déficit hídrico.

A próxima reunião da Câmara será em novembro.