Por Marília Souza/ACEBRA
Como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já havia adiantado no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, divulgado em 14 de maio, o plantio do trigo no Rio Grande do Sul deverá sofrer atrasos, em decorrência das fortes chuvas e inundações que atingem o estado desde o fim de abril.
O plantio da cultura é comum nos municípios do Alto Uruguai e na região das Missões, que também foram afetados pelas enchentes. Na região de Santa Rosa, as lavouras de inverno que já haviam sido implantadas, como trigo e aveia, sofreram perdas por erosão devido às chuvas.
A estimativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é de queda de 4,3% para a próxima safra de trigo. Ainda assim, o governo federal diz não ver risco para a safra do cereal. De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, “alguns produtores perderam equipamentos, outros têm problemas de solo, mas não temos essa preocupação de ficarem áreas sem plantar trigo no momento. Acho que dá tempo de começar a reconstrução e o plantio”. Fávaro destacou ainda que o plantio do cereal no estado gaúcho poderá ser feito até julho.
De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a perspectiva é de que a área plantada de trigo na safra 2024 seja de 1,2 milhão de hectares, cerca de 300 mil a menos que no ano anterior. Ainda, a Farsul aponta que a menor oferta de sementes no mercado, o alto custo de produção e a cotação baixa da saca para venda, aliados às chuvas e inundações que atingiram o estado, também contribuem para a diminuição da área plantada de trigo nesta safra.
No início de maio, considerando o estado de emergência em que se encontrou o Rio Grande do Sul, o presidente da ACEBRA, Jerônimo Goergen, solicitou ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, intervenção para agilizar o processo de pagamento dos prêmios de trigo da safra 2023/2023, feitos, pela Conab. De acordo com Goergen, “a celeridade nesse procedimento é fundamental para garantir o bem-estar financeiro dos produtores e o desenvolvimento contínuo do setor agrícola.”